O freelancer é fruto do avanço tecnológico que o mundo moderno proporcionou ao mercado de trabalho. Mas como trabalhar com isso? Confira!
Maior qualidade de vida é uma expectativa de quem busca viver como freelancer. É claro que essa não é a única razão para se tornar um. Mas é preciso considerar que 51% dos freelancers não trocariam a atividade por um emprego tradicional, não importando o salário oferecido.
O dado consta em pesquisa da Freetrain e serve para justificar o crescente interesse na carreira. Aliás, muita gente decidiu ser freelancer graças às oportunidades de trabalhar pela internet. Hoje, 64% encontram projetos online, um aumento de 22% desde 2014, segundo o mesmo estudo da Freetrain.
Você também quer ser o seu próprio patrão? É compreensível. Difícil encontrar alguém que não gostaria de definir a própria jornada de trabalho, atuar no conforto do lar e ser remunerado por produção, fazendo apenas o que gosta. Olhando dessa forma, parece a profissão perfeita.Para alguns, até pode ser. Mas será que é a melhor opção para o seu perfil? Ou as desvantagens de ser freelancer podem desestimular você?
As respostas que procura estão neste artigo. Vamos contar para você tudo a partir de agora tudo sobre freelancer: o que é, como se tornar um, pontos positivos e negativos, onde encontrar trabalho, erros a evitar nessa carreira e muito mais. Boa leitura!
O que é freelancer?
Freelancer é um trabalhador autônomo que oferece seus serviços para empresas ou clientes pessoa física, mediante o pagamento de um preço estipulado por ele mesmo. Como o freelancer não tem nenhum vínculo empregatício, nem precisa se dedicar em tempo integral apenas para uma empresa, ele pode trabalhar atendendo vários projetos ao mesmo tempo.
Além disso, apesar de não possuir vínculo, a relação de trabalho pode se tornar recorrente, caso seja satisfatória para ambas as partes. O que isso significa?
Que o freelancer pode ser muito bem remunerado, tanto ao ter vários clientes quanto ao encontrar um só parceiro, mas que o contrate para demandas diversas.
O que é necessário para ser um freelancer?
Em primeiro lugar, para ser um freelancer, você precisa ter uma habilidade que possa oferecer aos clientes em potencial. Juntamente com esse serviço, existem alguns pontos a se considerar.
Veja os principais:
- Ter um plano de negócios
- Prever as melhores estratégias de marketing
- Definir um nicho de mercado e um público-alvo específico
- Construir um site ou portfólio para falar sobre você e os trabalhos que já realizou
- Oferecer meios de contato para que os clientes se comuniquem com você
- Ter “planos” de serviços, mas saber adaptá-los para personalizar o orçamento.
Além dessa estratégia macro, que vale para todo o tipo de freelancer, há outras questões com as quais é preciso se preocupar. Falo, por exemplo, de organização, disciplina e comprometimento.
Ninguém se dá bem como freelancer com uma imagem arranhada. É por isso que a primeira ação de marketing pessoal é atender com excelência e cumprir com o trabalho esperado. A segunda é construir uma boa rede de contatos, pois é a partir dela que pode ser indicado e alcançar novos clientes. Sempre lembrando que você precisa deles para ter demandas recorrentes.
É preciso ter diploma para trabalhar como freelancer?
A resposta é “depende”.
É certo que, em algumas áreas, principalmente as que oferecem consultoria, como arquitetura, contabilidade, engenharia e marketing, um diploma é necessário para que você possa atuar. Mesmo que não seja uma exigência legal, o mercado pede profissionais especializados.
Nesses nichos, então, não ter o diploma significa ser engolido pela concorrência. Vale destacar que, no mercado brasileiro, 94,65% dos freelancers têm ensino superior (graduação ou pós).
Já em outras áreas que envolvem atividades mais criativas, como fotografia, redação, design gráfico, desenvolvimento e edição, o prestador do serviço precisa mais de talento do que de diploma. São setores nos quais mais vale o que você apresenta como resultados e não o que diz saber fazer. Neles, então, o diploma pode facilmente ser substituído por um portfólio, que funciona melhor do que um currículo.
Por que ser freelancer?
Os motivos para começar a trabalhar como freelancer são diversos. E a lista abaixo resume os principais.
Confira:
- Renda extra: dependendo da demanda, é possível trabalhar como freelancer em paralelo com seu trabalho regular e gerar uma renda extra no fim do mês
- Fácil de começar: se você tem as habilidades e equipamentos para fazer o trabalho, já está com a faca e o queijo nas mãos
- Faturamento rápido: a partir do momento em que você consegue o primeiro cliente, já pode começar a ser pago como freelancer. Muitas vezes, é uma forma de conseguir um dinheiro rápido, inclusive
- Independência: é inegável a maior autonomia sobre seu trabalho e horários, o que garante também flexibilidade para realizar outras atividades ao longo do dia
- Trabalhar com o que ama: como o freelancer é seu próprio chefe, pode escolher apenas trabalhos que tenha gosto em realizar.
Vantagens do freelancer
Mais flexibilidade e autonomia
A liberdade de escolher e fazer a sua agenda é uma das vantagens mais atraentes da profissão freelancer. Desde que você entregue o trabalho para o qual foi contratado dentro do prazo, a maioria dos clientes não se importará como e quando você o fará.
É evidente que isso torna a atividade como uma excelente opção para pessoas que não desejam estar presas a uma determinada jornada. Quer dar uma escapadinha para ir ao shopping ou assistir ao jogo do seu time? Estando com tudo em dia, o freelancer pode fazer isso sem peso na consciência.
Potencial de rendimentos mais altos
Ao contrário do emprego formal, em que seu salário é o mesmo sempre, trabalhar como freelancer tem potencial de rendimentos mais altos. Uma vez que é você quem estipula seu preço (por hora ou por projeto) e sua carga horária, pode pegar vários clientes ao mesmo tempo e, assim, ganhar bem mais como autônomo do que se estivesse em um escritório formal.
Em outras palavras, o freelancer é remunerado por produção. Ou seja, quanto mais produzir, mais ganha.
Desvantagens do freelancer
Falta de estabilidade
O trabalho nem sempre é estável e consistente.
Isso acontece, principalmente, se você estiver oferecendo serviços únicos, como criar uma campanha para as redes sociais do cliente, por exemplo. Uma vez que você terminar o trabalho, é pago por isso, a relação acaba e a “fonte” seca.
Assim, precisará encontrar um novo cliente que esteja precisando desse tipo de serviço. O melhor caminho é tentar encontrar clientes com um volume substancial de trabalho e impressioná-los com seu serviço para que se tornem clientes frequentes.
Um escritor freelancer, por exemplo, pode ter um único cliente, mas que requer vários artigos por semana de forma contínua. Ainda assim, você sempre estará sujeito a ter a demanda interrompida ou suspensa, já que não há a tal estabilidade de um emprego com carteira assinada.
Sem direito a benefícios trabalhistas
Como você não trabalha sob o regime da CLT, um dos contratempos da atividade freelancer é não ter direito a benefícios trabalhistas, como seguro saúde, férias, 13º, vale transporte, ticket alimentação e outros.
O segredo para lidar com essa realidade é sempre ter um bom planejamento e também controle financeiro.
Isolamento
O ser humano precisa se relacionar, conviver com outras pessoas, conversar e interagir. Ao se tornar freelancer, você tende a trabalhar sozinho, o que prejudica essa necessidade de contato social. Uma solução possível é trabalhar em um coworking, espaço que divide com outros profissionais, pagando uma mensalidade pelo uso da estrutura.
Mas se quiser economizar, a dica é organizar a agenda para ter momentos livres com amigos e familiares. Afinal, o isolamento não faz bem, nem mesmo para a saúde mental.
Quais são os principais erros de quem quer ser freelancer?
Misturar a vida profissional e pessoal
Segundo pesquisa da Rock Content sobre o mercado freelancer no Brasil, 90,41% deles trabalham em casa. Tem suas vantagens, é claro, mas também impõe um desafio: definir um limite para sua vida profissional e para a pessoal, de maneira que uma não acabe atrapalhando a outra.
O mais indicado é reservar um espaço da casa para funcionar como escritório e tentar definir um horário fixo para trabalhar. Dessa forma, seu momento de lazer não fica prejudicado e você terá menos distrações quando estiver produzindo também. Também é importante conversar com as pessoas para que entendam que você está trabalhando.
Não fazer captação de clientes
Você pode ser talentoso, mas os clientes não vão cair do céu. E como “quem não é visto, não é lembrado”, você precisa fazer uso de duas armas: marketing e networking.
Além de divulgar seu trabalho online, nas redes sociais ou em qualquer outra plataforma, tente tirar o máximo proveito de encontros com outros profissionais para aumentar a sua rede de contatos.
Não ter planejamento e controle financeiro
A instabilidade financeira é um dos principais desafios de qualquer freelancer. Não tem jeito: a renda mensal tende a variar de um mês para o outro. Por isso, se o profissional não for capaz de fazer um bom planejamento quanto aos gastos e ganhos, pode passar por momentos de aperto.
O que acontece se você precisar se ausentar do trabalho por um dia, dois, talvez uma semana? E se o seu principal cliente não renovar o contrato no próximo mês? Leve tudo isso em conta.
Não é errado se preparar para o cenário mais catastrófico possível, bem pelo contrário. Fazendo isso, você não é surpreendido e evita ter que atrasar o pagamento de contas, por exemplo, por falta de dinheiro.
Como é o mercado de freelancer no Brasil?
A já referida pesquisa da Rock Content sobre o mercado freelancer no Brasil tem alguns dados interessantes.Se você quer se juntar a ele, vale a pena conhecer.
Aqui vai um resumo das principais descobertas:
- 60,7% são mulheres
- 66,02% moram em uma capital
- 33,19% estão em São Paulo
- 90,41% trabalham em casa
- 61,5% são casados e 22,96% têm filhos
- 60,74% moram com a família
- 82% são da área de ciências humanas
- 14,83% são formados em publicidade e propaganda
- 60,6% atuam na área de formação
- 51,77% trabalham com produção de conteúdo
- 74,59% têm menos de 10 anos de carreira
- R$ 1.434,11 é a renda mensal média
- 1,19% ganha mais de 10 salários mínimos
- 59,43% se consideram bem-sucedidos
- 27,08% são freelancer em tempo integral
- 75,41% captam clientes por indicação
- 47,47% referem a atração de clientes como a principal dificuldade.
Quanto ganha um profissional freelancer?
Um profissional freelancer ganha tanto quanto produz. Ou seja, ele não tem salário, mas uma remuneração variável. Pode ser ótima em um mês, e insuficiente no outro. A variação se explica também pelo tipo de trabalho, nível de habilidade e experiência, além de fatores relacionados ao nicho no qual atua.
Trabalhos que exigem maior conhecimento ou experiência, como contabilidade ou codificação de sites, por exemplo, tendem a pagam melhor. Mas não é regra. O importante é estar atento ao que cabe a você na hora de buscar uma renda melhor.
Cobrar por hora ou por valor fixo?
O primeiro passo é fazer uma pesquisa geral sobre como anda o mercado no nicho que escolheu atuar. Existem tabelas de preços para freelas já prontas na internet, que servem de referência. Mas é importante você ter seus próprios critérios e oferecer ao cliente uma proposta personalizada.
Para tal, é interessante que conheça o valor de sua hora, os custos envolvidos na produção, quanto seus concorrentes cobram e, por fim, como ajustar seu preço de acordo com o projeto. Infelizmente, não existe nenhuma fórmula mágica que diga se é melhor cobrar por hora ou por preço fixo. Você realmente precisa analisar todos esses pontos e entender como o mercado funciona para escolher a forma ideal de monetizar as suas habilidades.
Mesmo que dedique um bom tempo preparando orçamentos personalizados para cada cliente, verá que, no final, o esforço tende a ser recompensado. Só não caia no erro de colocar valores muito abaixo do esperado apenas para conseguir o job. É preciso valorizar o seu trabalho.
Recebendo pagamentos
Definir as condições de pagamento de forma clara e objetiva no contrato – antes que qualquer trabalho seja iniciado – evita que você leve calote ou demore muito para receber. A negociação fica entre o freelancer e o cliente. O ideal é encontrar uma fórmula que satisfaça a ambos.
Se pegar um projeto que dure mais de um mês, por exemplo, pode ser uma boa estabelecer parcelas para pagamento a cada 30 dias. Dentre as opções mais comuns, temos o depósito e a transferência bancária, a ordem de pagamento e, caso você tenha uma conta, o PayPal é uma das formas mais seguras de garantir o dinheiro no bolso.
Você viu neste artigo um guia para construir uma carreira freelancer de sucesso. Espero que, no final da leitura, esteja se sentindo mais bem preparado para o desafio. Boa sorte!